quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O PSB e o cenário atual

llFatos & Idéias - O PSB estará realizando, em Brasília nos dias 2 e 3 de dezembro seu Congresso Nacional. Que questões serão tratadas?
Mário Luiz Guide – Um Congresso Nacional, dado o tamanho do Brasil, acaba tratando de vários problemas. Mas os pontos para discussão e votação são: uma avaliação do cenário político nacional, a questão urbana, e as eleições municipais de 2012, a eleição do Diretório Nacional, etc.

llFatos & Idéias - Tradicionalmente o PSB realiza algumas homenagens para as personalidades que se destacaram no cenário Nacional e Internacional. Quem serão os homenageados este ano?
Mário Luiz Guide – Na abertura do XII Congresso Nacional serão homenageados o médico Dr. Jamil Haddad, ex-presidente nacional do PSB e ex-ministro de saúde e o líder sul-africano Nelson Mandela por sua luta pela emancipação e libertação do povo negro da África do Sul. 

llFatos & Idéias – Você estará presente no Congresso, como delegado nacional por São Paulo. Que preocupações você leva ao Congresso Nacional do PSB?
Mário Luiz Guide – Vou atuar junto com a delegação de São Paulo. Tem bandeiras que são importantes para o PSB, tais como a luta por uma educação de qualidade, pelas melhorias da saúde pública, pela geração de empregos com salários decentes, pela moradia digna, pela ampliação do transporte coletivo de massas, etc.
llFatos & Idéias –  Além destas propostas, além dessas lutas por direitos sociais, que é histórica do PSB, há alguma questão mais importante?
Mário Luiz Guide – São Paulo irá propor que o PSB lute para aprofundar a redução dos juros: os juros altos agravam o crescimento da dívida pública, transferem recursos de toda a economia para o setor financeiro, inibem o crescimento econômico, etc.

llFatos & Idéias – O ex-ministro Ciro Gomes, líder do PSB, avaliou que é inevitável uma separação do PSB com o PT. O Congresso Nacional vai tratar desta questão?
Mário Luiz Guide – O PSB está em aliança Nacional com o PT desde 1989, na constituição da “Frente Brasil Popular”, na primeira campanha presidencial de Lula. O PSB tem dialogado com as forças populares e democráticas e deve continuar dialogando. Existem muitos conflitos dentro do próprio PSB e, é natural, que haja conflitos entre as forças aliadas. Mas o PSB avançou bastante em muitos Estados como Amapá, Piauí, Ceará, Pernambuco, etc em aliança com o PT e outras forças populares, além dos avanços sociais no governo Lula e no governo Dilma. A parceria deve continuar.

Mário Luiz Guide é professor universitário, formado em filosofia na USP e em Direito pela Unifieo, com doutorado na USP em Ciências Políticas. É vereador em Osasco e secretário geral do PSB no estado. www.marioguide.com.br

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Chega de juros altos!

llA dívida pública interna do governo brasileiro, ou seja, aquilo que o governo devia para os bancos  e rentistas, em agosto de 2011 era de R$ 1.549.000.000 (um trilhão e quinhentos e quarenta e nove bilhões de reais) equivalente 39,2% do PIB – Produto Interno Bruto, que é tudo o que o país produz na agricultura, na indústria, no comércio e nos serviços.
O governo pagou para os bancos e rentistas, nos últimos doze meses, R$ 231 bilhões de juros, equivalente a 5,8% do PIB, enquanto o gasto em saúde pública das três esferas do governo é de 3,6% do PIB. Só no mês de agosto, o governo pagou de juros ao sistema financeiro R$ 21 bilhões, numa taxa anual de 18,1%, enquanto a taxa média internacional dos países desenvolvidos é de 3% ao ano e a dos países emergentes de 6% ao ano.
As taxas de juros cobradas no Brasil são as mais altas do mundo, pois as taxas bancárias para empréstimos são ainda mais elevadas do que a SELIC - taxa básica de juros chegando a 50% e 60% dos juros anuais para empresas e acima de 100% nos cheques especiais e cartões de crédito.
As taxas exorbitantes de juros transferem recursos da agricultura, da indústria, do comércio, do setor público e dos assalariados para o setor financeiro.
Nas prestações dos carros, fogões, geladeiras, televisores estão embutidos taxas altas de juros, que fazem com que o consumidor não perceba que está pagando quase dois fogões ou duas geladeiras, conforme o prazo e a taxa de juros.
Recentes notícias nos jornais davam que os assalariados pagavam mais Imposto de Renda do que os bancos. De acordo com o jornal “O Estado de São Paulo”, “Os trabalhadores contribuíram com o equivalente de 9,9% da arrecadação federal no espaço de um ano enquanto o sistema financeiro arcou com 4,1%. No mesmo período, as pessoas físicas pagaram R$ 87,6 bilhões apenas em Imposto de Renda, enquanto os bancos arrecadaram R$ 36,6 bilhões por meio de CSLL, PIS/PASEP, Confins e Imposto de Renda”.
Segundo alguns especialistas, em um outro país do mundo esta distorsão tributária já teriam provocado muitas mudanças, mas aqui o poder de influencia dos bancos e instituições financeiras é muito grande.
Há poucos dias o “Movimento por um Brasil com juros baixos: Mais empregos e maior produção”, cujo manifesto teve adesão de organizações de empresários e trabalhadores, assim se manifestou: “Os juros altos não consomem apenas recursos públicos. Pelo contrário, espalham para toda a economia o alto custo do crédito, fomentando o comportamento rentista e improdutivo, corroendo o poder de compra das famílias e drenando recursos do setor produtivo”.
O diretório Municipal do PSB, em recente reunião aprovou moção no sentido de solicitar a bancada de deputados na Câmara Federal que se posicione pela continuidade da redução da taxa de juros e por uma regulamentação rigorosa do setor. Chega de juros altos!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

POPULAÇÃO MUNDIAL: SOMOS 7 BILHÕES !

llO Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFA) confirmou: o mundo já tem 7 bilhões de pessoas.
Desde o Homo Sapiens em 200.000 a.C., passando pela invenção da agricultura há 10.000 a.C., o mundo levou até 1804 para atingir o primeiro bilhão de habitantes. Mas, de 1998 até 2011, em treze anos, o mundo pulou de 6 bilhões para 7 bilhões de pessoas.
Na Índia, no mundo árabe e na África as taxas de natalidade são altas: as nigerianas tem 5,6 filhos.
Melhoraram as condições de vida pelo avanço da medicina, oferta de alimentos, tecnologias: na última década, 50 milhões de pessoas saíram da linha da miséria no Brasil; 200 milhões na Índia; 400 milhões na China, etc. A expectativa de vida em 1950 era de 48 anos; em 2011 de 69 anos.
A questão é: o planeta aguenta o aumento crescente da população ? É possível alimentar e dar qualidade de vida a todos ? Alguns aconselham a dieta vegetariana para todos. A atual produção de grãos seria suficiente para alimentar 10 bilhões de indianos, mas daria para alimentar só 2,5 bilhões de americanos que usam os grãos para alimentar o gado. Para produzir um quilo de grãos gasta de 500 a 2.000 litros de água; para produzir um quilo de carne gasta 15.000 litros.
Para alimentar a população mundial projetada em  9 bilhões em 2043, os fazendeiros teriam que elevar a produção de grãos em 60%: dos 2,5 bilhões de toneladas atuais para 4 bilhões.
A produção agrícola cresce com tecnologia: mecanização, irrigação, correção química do solo, fertilizantes. A produção de trigo pode pular de uma tonelada por hectare para 10 toneladas.
Mas para avançar uma nova revolução verde nos alimentos é preciso desenvolver sementes adequadas, ter água, reformular a produção de fertilizantes, etc.
O aumento de população, principalmente nos grandes centros urbanos, provoca a degradação da área central, poluição, enchentes, falta de coleta adequada do lixo, além da pobreza, desemprego, transporte inadequado, favelas, etc. As desigualdades sociais aumentam: hoje os 20% mais ricos ficam com 77% da renda mundial; os 20% mais pobres com apenas 1,5%. 
O que compromete os recursos do planeta é um estilo, um modo de vida. É necessário desenvolver tecnologias, aumentar a produção, redistribuir a renda e planejar o crescimento populacional. 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O PSB em São Paulo

Veja entrevista do Prof. Mário Luiz Guide, à coluna “Fatos e Idéias” sobre o PSB.

Fatos e Idéias: O PSB realizou no final de semana o 9º Congresso Estadual de São Paulo? Como foi o evento na Assembléia Legislativa?
Prof. Mário Luiz Guide: Foi bastante participativo. Contou com a participação de delegados de cerca 300 cidades de São Paulo, prefeitos, vereadores, deputados estaduais, deputados federais, membros dos diretórios municipais, militantes, etc.

F.I. – O presidente nacional do PSB, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, prestigiou o Congresso Estadual ?
MLG.  – Sim. Também estiveram presentes o prefeito da capital e presidente Nacional do PSD Gilberto Kassab e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), além de Luiza Erundina, Márcio França e outros expoentes estaduais. O governador Eduardo Campos vem fazendo um bom trabalho na Organização Nacional do PSB e nas últimas pesquisas é o governador melhor avaliado do país.

F.I. – O Congresso Estadual elegeu também a nova direção estadual. Você permanece como secretário geral?
MLG. – Sim. O presidente continua o atual Deputado Federal e Secretário Estadual de Turismo Márcio França e eu continuo na Secretaria Geral. Foram eleitos também cerca de 60 delegados nacionais, que em dezembro participarão do Congresso Nacional do PSB, representando os socialistas de São Paulo.

F.I. – Quais são as perspectivas do PSB em São Paulo?
MLG. – O PSB cresceu bastante nas últimas eleições elegendo seis governadores de Estado, além de senadores, deputados federais e deputados estaduais. Em São Paulo o PSB elegeu 7 deputados federais com mais de dois milhões e meio de votos. É 10% da representação paulista em Brasília. Tem uma bancada de seis deputados Estaduais. A expectativa é de crescimento agora nas eleições de prefeito e vereadores em 2012.

F.I. – Com a atual crise econômica mundial, quais são as perspectivas socialistas no futuro?
MLG. – Acredito que a crítica socialista que o capitalismo gera riqueza mas gera também muita miséria, desemprego continua válida. No mundo inteiro estão surgindo movimentos que questionam a concentração absurda de renda, o domínio do capital financeiro e o aumento das desigualdades sociais. As pessoas desejam um mundo mais justo, mais igualitário, mais fraterno, mais socialista.